A sétima edição da Bienal do Mercosul mostra suas melhores obras num museu
velha oposição museu-computador fica evidente na 7ª edição da Bienal do Mercosul, aberta até 29 de novembro em Porto Alegre. Dividida em sete exposições e com mais de 200 artistas participantes de países da América Latina, América do Norte e Europa, a mostra deixa claro que o mundo processado do computador - com sua fome de apropriação de obras - nem sempre resulta tão atraente quanto peças de arte corpóreas. Elas são as verdadeiras estrelas da bienal, não por acaso acomodadas pela curadora Victoria Noorthoorn num museu, o Margs (Museu de Arte do Rio Grande do Sul), dentro da mostra Desenho de Ideias, que reúne desde um precursor do expressionismo, o belga Ensor, colocado ao lado de Goeldi, até contemporâneos como Iran do Espírito Santo. É, de longe, a melhor das sete exposições da bienal sulista, que inclui vídeos, performances, teatro, peças radiofônicas, instalações e até um exercício coletivo de pichação com direito a críticas ao presidente Lula.
Aberta na sexta-feira pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, que levou ao palco o novo presidente da Bienal de São Paulo, Heitor Martins, promovendo o intercâmbio entre as duas mostras, a Bienal do Mercosul é marcada pelo reconhecimento de que estamos submetidos a uma antiga herança, como observou o historiador e crítico alemão Hans Belting. Até onde a vista pode alcançar, ainda são as imagens no interior do museu as que adquirem estatuto de arte, ao passo que as de fora estão condenadas a perseguir esse estatuto. Essa divisão, baseada no preceito de seleção, não foi provocada pelos espectadores, evoque-se. Ao selecionar grandes obras corpóreas para a exposição do Margs, os curadores da Bienal sabiam que as imateriais teriam dificuldades para se impor. Prova disso está bem ao lado do Margs, na mostra Projetáveis, instalada no prédio do Santander Cultural, que se propõe a explorar a materialização e localização específica de projetos que utilizam a www como canal. Um fiasco de imagens em movimento.
Numa oposição produtiva, algumas obras de mostras como Ficções do Invisível, Biografias Coletivas e Absurdo, instaladas nos armazéns do cais de Porto Alegre, não dependem da experiência do lugar para serem legitimadas. Mas são poucas entre tantas que traduzem a "estética da impermanência" de Harold Rosenberg.
Aberta na sexta-feira pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, que levou ao palco o novo presidente da Bienal de São Paulo, Heitor Martins, promovendo o intercâmbio entre as duas mostras, a Bienal do Mercosul é marcada pelo reconhecimento de que estamos submetidos a uma antiga herança, como observou o historiador e crítico alemão Hans Belting. Até onde a vista pode alcançar, ainda são as imagens no interior do museu as que adquirem estatuto de arte, ao passo que as de fora estão condenadas a perseguir esse estatuto. Essa divisão, baseada no preceito de seleção, não foi provocada pelos espectadores, evoque-se. Ao selecionar grandes obras corpóreas para a exposição do Margs, os curadores da Bienal sabiam que as imateriais teriam dificuldades para se impor. Prova disso está bem ao lado do Margs, na mostra Projetáveis, instalada no prédio do Santander Cultural, que se propõe a explorar a materialização e localização específica de projetos que utilizam a www como canal. Um fiasco de imagens em movimento.
Numa oposição produtiva, algumas obras de mostras como Ficções do Invisível, Biografias Coletivas e Absurdo, instaladas nos armazéns do cais de Porto Alegre, não dependem da experiência do lugar para serem legitimadas. Mas são poucas entre tantas que traduzem a "estética da impermanência" de Harold Rosenberg.
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